Barack Obama
Presidente dos Estados Unidos
Seu nome é esperança
Barack Obama tem data marcada para começar a governar a maior economia do mundo - 20 de janeiro de 2009 -, mas, aconteça o que acontecer, seu nome já foi escrito na história. Eleito graças às aspirações por mudança do povo americano. Obama não tem alternativa senão a transformação radical da maior potência econômica do planeta. Seu governo terá necessariamente de ser de ruptura com o passado. E isso não é uma previsão - é a lógica. Aos 47 anos, Barack Obama terá em mãos um país humilhado por seus próprios erros e esperançoso em sua histórica capacidade de recuperação e inovação. O próprio senador democrata é a primeira manifestação dessa capacidade. Nunca um político negro havia se candidatado à Presidência dos Estados Unidos, uma sociedade que 40 anos atrás acreditava na segregação racial. Pois Obama, um desconhecido ativista de Illinois, concorreu - e ganhou. Era de supor que ele, como tantos outros negros americanos bem-sucedidos, levasse a bandeira racial para conquistar parte do eleitorado. Mas Obama sabia que não iria a lugar algum com divisões. Desde o início, apelou a cada americano - branco ou negro, pobre ou rico, liberal ou conservador. Essa enorme capacidade de agregar, a descoberta de um desejo latente por mudança e um brilhantismo midiático deram-lhe a vitória nas urnas.
Seu tom conciliador tem aparecido na montagem da equipe que será responsável por lidar com a maior crise econômica das últimas décadas. Obama chamou para seu lado sua maior oponente política, a senadora democrata Hillary Clinton. Melhor perto do que longe. Além de Hillary, seu time conta com estrelas como Timothy Geithner, atual presidente do Federal Reserve de Nova York e futuro secretário do Tesouro: o explosivo e genial economista de Harvard Larry Summers, que dirigirá o Conselho Econômico Nacional: e o veterano Paul Volcker, ex-presidente do Fed, que chefiará uma nova moldura regulatória para Wall Street.
Espertamente, sob os holofotes Obama mantém uma cuidadosa distância de Bush, a fim de não se deixar se contaminar pela inacreditável impopularidade do atual presidente. Mas as ligações telefônicas entre a Casa Branca e o quartel-general da equipe de Obama, em Chicago, são longas e frequentes. À medida que a crise atinge a economia real e se espalha pelo mundo, Obama se vê diante do imenso desafio de não decepcionar a quem ele seduziu com suas promessas de esperança. "O grande talento de Obama como orador está em sua capacidade de inspirar as pessoas", diz o cientista político David Epstein, da Universidade Columbia. "Mas, numa crise como essa, além de coordenar sua equipe, ele precisará explicar ao cidadão comum assuntos complexos e decisões impopulares." É em momentos difíceis que líderes como Barack Obama têm a chance de mostrar seu real valor.
Revista Exame - Edição 934
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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